Pé-de-Cachimbo

iê-iê-iês from the crypt

quinta-feira, outubro 28, 2004

 
ECLIPSE DO INSTINTO

Houveram dez mortos e nove feridos lá em casa. Hoje de madrugada.

: Pisei numa concentração de formigas ao redor de uma migalha de comida no chão da cozinha...

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Voltei pro quarto e, ao sentar meu traseiro na cadeira, avançaram seguidamente em minha direção três baratas que logo fizeram aflorar meu instinto de "exterminador com sangue de barata", esmagando-as com a ponta da minha sandália.

Ao pensar no inusitado da situação, fui à janela tomar um ar (logo de frente pra Agamemom Magalhães - vê se pode!), quando lembrei-me que haveria eclipse lunar. Olhei pra cima e consegui ver o dito cujo - que já dispersava-se, fazendo a lua voltar brilhar como antes.

Pela minha "cultura Globo Repórter" adquirida, deduzi que os insetos estavam agitados e desnorteados por terem sua "frequência cósmica" com a lua cortada (ou encoberta) por alguns instantes. Daí a mudança comportamental repentina.

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O que será que fez exatamente essas baratas saírem do seu estreito habitat (frestas, buracos & similares) e partirem para cima daquele que, graças à seu processo evolutivo natural, reconhecem como predador ?
- Há uma resposta simples, apesar de sua compreensão ser complexa.
Por que não conseguimos perceber claramente a influência que a lua tem sobre nós humanos ?
- Há uma resposta simples, apesar de sua compreensão ser complexa.
Como conseguimos abdicar quase totalmente da forma animalesca de agir ?
- Há uma resposta simples, apesar de sua compreensão ser complexa.
Mas então, como conseguimos racionalizar e abstrair as coisas com simples jogos simbólicos ?
Pra toda resposta simples existem milhões de teias de complexidade.

E todas elas convergem para um eclipse onde não se vê razão.

 
"QUEREMOS O CD DO ARNALDO BAPTISTA !"

Recebi agora ontem um e-mail do brother Bernardo que dá voz à revolta de várias pessoas aqui do Estado (as que tem bom gosto musical, pelo menos) quanto à distribuição da Revista Outra Coisa. Faço totalmente minhas as palavras do cara:

"Creio q todos conhecem a revista de Lobão. Uma revista fuderosa q vem com cd bom por 12,90. Na última edição, Lobão falou q a próxima edição seria histórica. De fato foi, cd do lendário Arnaldo Batista. O problema é q a revista ñ chegou aqui em Recife. Tava conversando com um cara duma banca do shopping, e ele disse q as revistas são mandadas pra cá qdo "sobram" no sudeste (no caso das revistas mensais). Como essa edição teve uma divulgação fuderosa, com direito a Jô Soares e Fantástico, talvez ñ chegue. Se chegar, vai ser com mto atraso, já q no momento q escrevo isso já está mto atrasada. Eu ñ sei de quem é a culpa, da distribuidora, da editora, mas acho q devemos fazer algo. O cara da banca deu a idéia de mobilizarmos uma galera e mandar e-mail pra revista, reclamando dessa situação cretina. Eu achei uma boa. O cara tb falou q viu q uma outracoisa tinha chegado, ficou animado e qdo foi ver... uma promoção de 2 edições antigas pelo preço de 1. Tudo bem, ótima promoção, mas porra, queremos o cd do Arnaldo Batista! Parece q se pode pedir a revista pela net, mas isso ñ muda a sacanagem q fazem com a gente. Se é pra pedir pela net, q tirem o "distribuição nacional" da capa da revista.
O site da revista é www.revistaoutracoisa.com.br".

quarta-feira, outubro 27, 2004

 
FLASHBACK

Domingo passado à noite eu comecei a explorar outras frequências do rádio que não FM. Tem uma faixa que não chega a ser AM aonde, diante de uma minúscula oscilação no dial, apareciam umas vozes, provavelmente de noticiários, nas mais diversas línguas - as que não eram em espanhol, deduzi que fossem em japonês ou algo do tipo, pela forma da pronúncia. Daí, logo desisti, seja pelo grande chiado constante, seja por não estar entendendo bulhufas mesmo, e parti para a AM.

Caí de pronto na Rádio Jornal e aqueles locutores com a voz cheia de eco remeteram-me à minha infância (constatei que ela era a predileta dos adultos quando o assunto era notícias). Sem falar nas vinhetinhas que são as mesmas há quatrocentos anos - a mais célebre é aquela "Rááádio Jornal... falando para o poooovoo...". \m/

Mas o que me prendeu mesmo foi a programação musical (sem apresentador) que tava rolando. Tinha um slogan/vinheta, que não me lembro no momento, mas era algo do tipo "aqui não tem cantor ruim...". O repertório era algo entre bolerão / jovem guarda, o que fez-me lembrar de Pesqueira, do Clube dos 50, de meu Tio Evandro (um bad boy inveterado) que me levava pra lá. Esse flashback acontece também quando escuto qualquer guitarra de timbre "surf music" e, além de sonoro, é totalmente visual, olfativo...

Deixando um pouco do preconceito com a massa amorfa chamada indiscriminadamente por muitos de "música brega", preparei logo uma fitinha e cuidei de registrar algumas daquelas pérolas que ecoavam nas minhas memórias, deixando-me um pouco saudoso.

Se isso é influência de todos esses revivals que tranformam o que era a alguns instantes "trash" em "muderno" eu não sei e também pouco importa. O que importa pra mim no momento é como irei descobrir o nome da banda e da música que gravei nessa noite. Trata-se de um instrumental que começa num andamento jovem guarda, com aquela cozinha bem "Lugar do Caralho" de Júpiter Maçã (olhaí eu recorrendo aos mudernos...), guitarras limpas e ritmadas com aquele timbre bem agudo; ógão safadoso (desses do começo da carreira de Robertão) fazendo a "voz principal". A melodia dessa parte parece de um bolerão mermo. Só que, depois de uma paradinha na música, entra uma guitarra totalmente surf daquelas que ficam variando entre três tons seguidos como nas músicas de trilhas de filmes de James Bond (ufa! pensei que a descriçao não iria acabar). Daí começa uma alopração total do tecladista de tocar uma sequência rápida de notas (primeiro num tom menor e em seguida maior)... tudo acaba num ritmo totalmente circense e os últimos acordes são extremamentes semelhantes à abertura/fechamento de "Alegria, Alegria" executada pelos Beat Boys, só que em tons diferentes...

Se alguém, após essa pouco exitosa descrição, suspeitar de quem quer que seja o culpado, favor comentar aí em baixo, depois do cuspe. Grato pela compreensão.

terça-feira, outubro 26, 2004

 
ISSO

Gabriel fez um daqueles típicos comentários, que são especialidade sua, de me deixar uma pulga atrás da orelha. Segundo ele; ao ver-me citar o nome de todos os músicos da "cena mangue" estampados na capa da Continente Multicultural Documento pra Luna (que tá em plena fase de querer saber o nome e o porquê de tudo); eu sei o nome de toda aquela gente como, por exemplo, Tina sabe o de atores de novelas, aquela coisa bem Quiz Show...

Essa pulga por sua vez caiu dentro do exemplar de "EU E TU", livro do filósofo/teólogo (e, a julgar pela foto da capa, eremita) Martin Buber, que eu venho lendo fragmentadamente nesses últimos dias... (vai ver que foi o balanço do ônibus).

O livro todo (tirando o ensaio introdutório) é uma projeção das relações existenciais/fenomenológicas (e metafísicas) fundamentais do homem: o "EU-TU" e o "EU-ISSO". O TU equivaleria à dimensão metafísica humana - a tal "coisa-em-si" kantiana, com a qual estamos sempre em contato mas cuidamos de encobrir com toneladas de juízos de valor, causalidade, tempo, espaço ... o que até certo ponto é extremamente necessário para nossa sobrevivência. Nessa dimensão, pulsa tudo aquilo com o qual, ao meu ver, as religiões tentam dialogar... tudo aquilo que ansiamos desfrutar um momentinho que seja - via êxtases - mas que escapole facilmente de nossas mãos. Assim, nossa tentativa de compreensão do TU fica desde já fadada às simplificações do reino do ISSO, que é justamente aquilo que chamamos de "realidade", que permeia toda a história humana como negação de um "estado paradisíaco inicial".

Até aí tudo bem, só que o grande problema da civilização está no total esquecimento do TU. E isso não nada a ver com o esquecimento da caridade ou solidariedade ou outros conceitos - a maioria deles cristãos - que, na maioria dos contextos em que são evocados, têm mais a ver com o egoísmo de seres "tementes ao julgamento divino" do que com o altruísmo propriamente dito.

Mas o que porra isso tem a ver com o lance lá em cima, do primeiro parágrafo ? Tem a ver com o fato de que, o que Gabriel me alertou (na verdade, zoou o barraco mermo) é justamente o reino do ISSO expandido, a ponto de se prescindir do TU que o originou - no caso, uma obra artística.

É bem verdade que essa é uma prática antiga que muito difícil desaparecerá da face da terra - se antigamente não existiam revistas Contigo (aí já é demais...), certamente o boca-a-boca encarregava-se de trazer "novas" que, boas ou más, são alimentos, alpiste para preencher o tempo e livrar-nos um pouco do tédio (escroto é constatar que, hoje em dia, parece que o tédio vem justamente disso tudo).

- As pessoas ficam simplesmente no verniz do verniz e o "conteúdo" que é bom, necas. (Esse discurso "vejam-como-o-mundo-está-mal" mesmo é um discurso pronto, apesar de contextualizado aqui, e não dá conta nem de um por cento do problema - que, por sua vez, é totalmente criado e alimentado por nós).

Mas também é inocência achar que não necessitamos desse pão e circo. No meu caso específico, acho que, se gasto muito de meu tempo lendo revistas ou sites de música pop, é simplesmente com o intuito de ter um apanhado de obras que vou querer me aproximar ou não (pro capitalista seria "do que vou querer comprar ou não"). Reconheço que tudo acaba sendo entulho, muitas vezes um grande simulacro que consciente ou inconscientemente irá fazer as pessoas consumirem e se acharem "cultas" ou "antenadas", mas esse foi o alpiste que escolhi pra mim. Hoje, posso pelo menos dizer que sem inocência. Alguns escolhem futebol, outros novelas. Eu escolhi a música pop. Dela anseio que seja-me mostrado o TU de, pelo menos, algumas obras.

Olhando pra tudo isto, serve-me de consolo o fato de que Luna, ao escutar os Beatles, por exemplo, ou qualquer outro som que seja, esteja mais próxima do TU que é a obra (pelo menos sonoramente) do que qualquer adulto "entendido".

E tu, provavelmente conheces mais do que eu, Gabriel... tu que dizes não saber nome de nenhuma dessas bandas mudernas que eu coloco pra tocar...

P.S.: Senhor Buberinho, perdoai-me pelas simplificações grosseiras...

 
Vai pro freezer ou não vai ?

Tentei por duas ou três vezes ver o programa novo de Marcos Migon mas não dá. Chega um ponto em que o excesso de auto-referência se torna demasiadamente maçante, transformando tudo numa imensa propaganda do cara (feita por ele mesmo, diga-se de passagem). Deprimente.

segunda-feira, outubro 18, 2004

 
Parece-me que a apresentação da banda-lenda Pasárgada nesse Recifobia (quinta) vai mesmo pro beleléu... acabei de receber a notícia de que Carlinhos, nosso contrabaixista, quebrou a perna e provavelmente não poderá tocar... : (

 
ENQUETE DO CACHIMBO

Hoje em dia tem gente que paga certos blogueiros para cobrirem certos eventos - sejam políticos, culturais... Se você pudesse dar uma de Mecenas e financiar algum blog que blog você financiaria ?

Meu voto vai pro Tatá Records, do colega Alfredo, que na minha modesta opinião é o blog mais sarcástico, filosófico, engraçado, "vanguardeiro" (todos os recursos bloguísticos que vc pensar em usar, o velho Alf já o fez), bem escrito e rochedo dessas paragens virtuais.

 
PURA PARLA ?

Tô começando a achar que é pura parla essa medida de retirarem os ônibus geladinhos das linhas Jardim São Paulo/Abdias de Carvalho/Piracicaba e San Martin/Abdias de Carvalho e compensarem colocando sistema de ar-condicionado em todos os ônibus comuns das linhas, que, assim, passam a ser "geladões". Se não me engano, prometeram também aumentar o número de veículos das frotas - medida essa que, ao meu ver, é muito mais essencial do que colocar o tal do ar-condicionado - só que, até agora, nenhuma delas está efetivamente funcionando.

Apesar dos pesares eu gostava do sistema dos micro-ônibus geladinhos, pois na grande maioria das vezes dava pra ir bem folgado, ocupando duas cadeiras confortavelmente, além da maior rapidez e da comodidade do motô parar onde o cliente bem entender (dentro dos princípios da razoabilidade, claro).

Porra, fiquei quase emocionado certa vez em que havia uma mulher dentro do ônibus fazendo uma pesquisa de opinião com a finalidade de melhorar o atendimento. Deram-me a ótima oportunidade de expressar meu descontentamento com as rádios maléficas que muitas vezes eram sintonizadas por certos motoristas. Outro pesar era o fato do bicho parecer projetado para tomar moedas dos passageiros (fato esse que fez-me chamá-lo intimamente de "minhaeiro andante") - quem nunca perdeu alguma moeda nos solavancos de um deles merece um prêmio. O problema é que além das moedas praticamente pularem da mão do cidadão, a distribuição espacial do ônibus praticamente não permitia alguém se abaixar pra reavê-las (e pense no tanto de cantinhos inimagináveis pras danadas se esconderem). Por isso, posso até concordar que estava havendo prejuízo para a Empresa Metropolitana, mas para os cobradores (que haviam sido retirados recentemente) acho que era lucro. Se bem que haviam constantes casos de pessoas que desembarcavam sem pagar a passagem, já que com o ônibus lotado ficava meio difícil de regular - principalmente naqueles que adotavam o sistema de esperar o sujeito sentar-se e apenas em determinado lugar do percusso, ir cobrar o din-din...

Bem, o fato é que tô vindo quase todo dia pro trabalho de pé no busão, segurado naqueles ferros que são sebo puro, balançando pra lá e pra cá e tomando acocho (sem comentários maliciosos, please), quando podia estar colocando minhas leituras em dia, sentado e tranquilamente escutando meu walkman - coisa que há muito tempo já tornara-se rotina.

Como diria meu amigo Bruno Arrais, "francamente!".

 
Ainda de olheiras por ter ficado até de madrugada vendo Dogville. Meu irmão, o que é aquele filme, hein ? Se eu não tivesse com tanto sono acumulado acho que não teria conseguido dormir e estaria até agora como um zumbi repassando cena por cena em minha cabeça.

quarta-feira, outubro 06, 2004

 
FERMENTO PARA A IMAGINAÇÃO



Nesses tempos frios sem o aconchego da rede (inter-) em casa (quem disse que a tecnologia, o cybernético são necessariamente frios ?) meu refúgio das agruras da vida tem sido a música - em particular meus registros sonoros em k7. Quase diariamente, quando a minha Luna vai deitar e sonhar com os anjinhos, eu dirijo-me religiosamente para a sala, onde tiro meus "instrumentos de trabalho" de dentro de cases, bolsas, caixas e passo a brincar com sons. Gosto de misturar camadas diferentes de timbres até que eles formem a "massa de um bolo"... é bem verdade que às vezes elas ficam semelhantes às daqueles bolos de noiva - cheia de agamenons, coberturas disso e daquilo outro, mas enjoosas que só a bixiga lixa -, mas em outras, lembram o sabor de uma deliciosa torta alemã (o parâmetro aqui é totalmente relativo, pois da mesma forma que eu adoro torta alemã, tem muita gente que odeia), de consistência meio "molenga", macia, crustaceana ... daí o fato dos andamentos das músicas serem fluidos, incertos, oscilantes... tudo bem, vá lá que o que não falta são falhas técnicas - o próprio lance dos andamentos se dá pelo fato de que é quase impossível não oscilar ao gravar a base de uma música sem metrônomo (ainda mais se a música não tem a simplicidade ramoniana no arranjo) - pois, quando você vai gravar por cima da base, às vezes dá uma nota forte onde a base dá uma fraca, justamente porque houve uma "desacelerada" macabra... No entanto, muitas vezes quando acontece isso em alguma gravação e eu tento refazê-la de uma forma mais reta, linear, acabava que a música perde o "sal" do momento, afinal de contas - doutrinas heraclitianas à parte - nenhum corte no tempo é igual a outro, nenhum segundo que seja de uma música será igual à tentativa de emulá-lo... logo, às vezes é melhor deixar um "borrão" expressivo do que "passar a limpo" inexpressivamente.

"Arcoverde minha terra" soa pra mim como se o pessoal do Mogwai encontrasse o elo perdido da organicidade que os fizesse deixar um pouco a krautrockiana cidade sonora que habitam, mergulhando numa floresta densa e úmida... Acho tanto isso que, conversando com os compadres Breno e Tiago sobre que título dar à música, disse-lhes dessa minha impressão (do fato de vinculá-la a algum lugar imaginário) e fui questionado da seguinte forma: "como é mesmo o nome da cidade em que naceste? Pesqueira é?", "Arcoverde, pô... morei em Pesqueira, mas Arcoverde é minha terra", "Ó aí o título: "Arcoverde minha terra", "(risos)", "então tá...".

"O topete de Morissey" (responda-me já, Sr. Erastto: o nome do velho Mozz é com um erre ou dois?) é uma projeção oitentista pouco ortodoxa que tem um dedilhadozinho meio Smiths (pelo menos eu acho) com trêmulo e oitavadas com reverb/delay... acho que futuramente tentarei encaixar alguma letra, pois tenho dúvidas quanto à sua sustentabilidade instrumental. Essa tá cheia de atrasadas feiosas, mas enfim... a idéia tá traçada. Gosto bastante do contraste das duas partes da música.

Aguardem novas disponibilizações em breve (inda tem um balaio de coisas que gostaria de compartilhar com vocês).

Espero que essas musiquinhas compensem um pouco a minha ausência neste blog (cês podem constatar se ela tá valendo à pena ou não)... Quanto a mim, sinto falta de minhas "viagens blogueiras ao centro da maionese", mas não vou negar que me divirto muito trocando (ainda que forçadamente) o teclado pelas cordas.

Bem vindos ao meu álbum de polaroids desses dias recentes... Ou minha Delicatessen sonora... como queiram.


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