Pé-de-Cachimbo

flip

jogar videogame em determinada época da minha vida era uma das coisas mais divertidas a serem feitas...
esse jogo ao lado mesmo, "Gun Smoke" no NES 8 bits, eu secava muito nos playtimes da vida... deveria ter uns 8 / 9 anos e lembro exatamente do meu cuidado num fliperama de rua em Itamaracá, ao descobrir um código que dava continues infinitos nele: se os vendedores de fichas (que detinham os "meios") descobrissem o truque, poderiam pôr fim à minha mamata.
é engraçado como esse e outros joguinhos de Nintendo são primos pobres de alguns "arcade games" - que tinham gráficos bem melhores (acho que de 16 bits - coisa que só chegou no Brasil, atrasadamente, com videogames como o Supernintendo e Megadrive). Mas mesmo assim, esse tipo de gráfico (8 bits) já era algo há anos luz da tosqueira do Atari: o equivalente a ter um fliperama em casa.

outra coisa que lembro é de como eu namorava jogos que via em revistas - e que eram de acesso escasso antes da total popularização dos videogames. eu chegava ao nível paranóico de criar o jogo na minha mente, imaginando-o a partir de poucos frames fotografados. cheguei a fazer jogos de tabuleiro, imaginando o cenário de alguns deles. esse (à direita) era um dos que eu namorava. só fui experimentar jogá-lo agora, cerca de 20 anos depois, e me decepcionei com o reaproveitamente barato de "castelvania" que ele é. na época eu tava me fudendo pra isso. minha imaginação deixava tudo tão realístico...
Mega Drive, nessa época ainda era coisa de outro mundo...
mas o paraíso na terra veio com o Top Game, que era um nintendo genérico - produzido pela CCE, acho - compatível com os formatos americano (cartucho grandão) e japonês (cartucho pequeno-retangular). o preço era bastante acessível e eu finalmente pude comprar um... e deixar de esperar a boa vontade dos pirraias fominhas da rua pra me deixarem jogar no deles.

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esses posts passadistas são engraçados. os adultos da minha época de criança lembravam de suas pipas, peões e etc- os meninos de hoje lembram de seus videogames e computadores. mas eu tive uma infância bastante marcada ainda por essas brincadeiras "tradicionais", não-virtuais...

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por sinal, voltei a andar de bicicleta (graças a Iuri, que emprestou-me a bike dele que tava encostada no apartamento). lembrar de bicicleta ao falar de brinquedos... acho que pra mim ela ainda tem esse "contorno", por mais que quando o cara fique adulto comece a dizer que se trata de um meio de transporte e até encare seu uso como um ato político de rejeição à "sociedade do automóvel".

clipe queijudo da porra... mas a música é deliciosamente pop-assobiável. eu a conheci e "capturei" numa fita k7, em 93, num programa que passava na rádio cidade, chamado Novas Tendências.

à esquerda do dial, na transamérica, no mesmo horário, passava o let's rock. com marcelo nova descendo a ripa no que ele chamava de "rock da moda" à época (e isso incluía uma grande parte das bandas que eram tocadas no tal novas tendências), e ditando uma volta ao rock n' roll dionisíaco, de três acordes, sem "frescuras modernosas".
confesso que tanto um quanto o outro me influenciaram bastante e foram complementares, em certo sentido.
o NT tinha um apresentador (não me recordo seu nome) econômico com as palavras, limitando-se a dizer o nome das bandas/músicas e algumas poucas informações, enquanto marcelo nova era uma metralhadora giratória, com um senso de proselitismo rock n' roll meio velhaco, mas que às vezes falava coisas que um pré-adolescente verdinho como eu precisava ouvir.
voltando ao Frank & Walters, eles lembram, assim como grande parte do brit pop da época (tá, eles são irlandeses), essa outra "bandinha"

demorei demais pra conhecer The Smiths. tive que passar primeiro por uma tuia outras de bandas que lhe rendiam homenagem (pra não dizer chupação, em alguns casos) como suede, lemonheads e, claro, legião urbana... o motivo ? talvez, mais falta de oportunidade do que "preconceito rocker".

quando crescer quero compor uma linha de baixo assim...

interpol traz boas lembranças. tempos de QG na vila dos comerciários. andava direto com uma fitinha k7 no walkman que tinha o primeiro disco deles gravado.
sempre havia a eminência de algum fantasma do meu passado sair de um daqueles becos, e eu dar de cara com ele...
muitas figuras lendárias que rondam meu insconsciente.
aliás, vez ou outra, o lugar e essas figuras de minha mitologia particular re-surgem em sonhos de formas enigmáticas, geométricas, labirínticas.

mas, falando em baixo, o da música abaixo (juro que o trocadalho foi involuntário) é, no mínimo, uma referência marota ao reggae (acho que nunca vou escrever esse termo sem achar que esteja errado...
pelo google, eu acertei ! êêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêê
deixa eu escrever pra fixar:
reggae reggae reggae reggae reggae reegae reggee regue ... xapralá.


pois é, a julgar pelas composições no ritmo jamaicano registradas nesse disco ao lado (lançado em 79) por S.G., o namoro com o reggae devia ser uma paixão antiga.
quanto a "bonnie and clyde", é uma das prediletas da casa de todos os tempos. acho fuderoso como a música vai evoluindo com duas levadas rítmicas paralelas - uma mais reta / angular e a outra mais cadenciada / suingada. tem até o que parece ser uma cuíca, de fundo, dando um tom mais surreal ainda à coisa toda.
tanto a música quanto o clipe são o suprassumo do cool.

brinquedo

estado de brincadeira é,
acima de tudo,
perspectiva...

papper toys de fundir a cuca em:

http://www.marshallalexander.net/
http://www.papertoys.com/
http://thestateofthings.de/portfolio/papercraft/
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http://www.nicebunny.com/downloads/index.php