Pé-de-Cachimbo

iê-iê-iês from the crypt

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

 


"(...) A partir de agora eu quero ser inteligente e não artista".

Frase de autoria de Pinocchio (da versão da Disney, claro), o boneco de pau mamão, dita ao Grilo Falante (sua consciência) depois de conseguir escapar das garras do Senhor Strombolli, o alma sebosa dono do circo de marionetes para onde deixou-se levar, extraviando-se do caminho da escola.

Que é um moralismo troncho da porra é. Principalmente tratando-se de um filme dirigido a um público infantil (e olhe que o menino-de-mentira ainda nem tinha "virado burro" na Ilha dos Prazeres), mas levando-se em consideração a situação de quem almeja viver de arte nesse país, e o conceito de inteligência como "esperteza" (de sobrevivência), a frase até que cai bem.

domingo, fevereiro 20, 2005

 
ESPELHO

Achei interessante o texto que li certa vez na Revista Bravo! sobre o livro "Alta Fidelidade", que acabei de reler há mais ou menos um mês atrás. O autor explanava a tese de que o livro havia sido entendido pelo grande público como uma "ode ao pop", mas na verdade ele radiografava uma situação justamente contrária, de carência, fragilidade, paranóia - e até imbecilidade mesmo - daqueles que refugiam-se nas "particularidades nerd" vindas dele (o pop). Os personagens de Nick Hornby desdizem totalmente a máxima dos clássicos de que nós seres humanos devemos cada vez mais buscar o logos, a razão universal em detrimento da doxa, opinião. Pra eles mais vale saber o nome do cachorro de Elvis Presley do que conhecer o imperativo categórico kantiano, dando toscamente um exemplo. Pra mim, é óbvio que há um certo ar de crítica por parte de Hornby (vai ver que até de autocrítica mesmo), mas também é óbvio ela fica amortecida pelo fino senso de ironia com o qual são narrados os fatos, que ganham um substrato carinhosamente cômico.

O livro é uma espécie de espelho pra muita gente como a gente que chega a fazer um blog pra falar de música e acaba falando si mesma, ou que tenta escrever sobre si mesma e acaba cometendo textos sobre música.

 
DEVOTOS

Ontem quando passava de ônibus naquela avenida que começa na Rosa e Silva, à direita depois do IPSEP, avistei uma academia de ginástica que, em sua fachada, além do logotipo com o nome do estabelecimento, havia um com o nome de (presumo eu) uma banda.

Daí eu entendi que seria a banda da academia, sei lá... não é meio assim na Malhação da Globo, né ? Tipo tem a banda dos moleque tocando umas versões bem xaroposas desses charlesbráus da vida e coisital... De repente a galera malha o Judas ao som da banda tocando ao vivo e à cores... enfim.

Detalhe adicional de bizarrice: o nome da banda se não me falha a memória era "Mundo Kaya"... digaê. Peguei-me pensando instantaneamente num monte de rastafári malhando, pegando peso... vá-lá que posso estar sendo preconceituoso com a tribo, mas no mínimo é estranho avistar gente devota da Santa Maria praticando atividades físicas de tal quilate... sem falar do peso dos dreads, hein...

Mas, pensando melhor... existem os surfistas...

 
TEENAGE IDOLS

Fabrico vários semi-deuses e alimento minhas mais vitais ilusões:
- Escutando música balançando meu corpo de uma forma estranha, engraçada e - alguém há de achar - sexy;
- Emoldurando sons em imagens caleidoscópicas interiores paradisíacas (Hedonismo Musical ?);
- Deixando que o sentido de apreciação estética seja novamente adolescente, agressivo, intenso... inconseqüente, às vezes.
- Discutindo nerdices sobre um recente "passado pop"...
- Sucumbindo ao material desmaterializado do emepetrês e virando assim um consumidor voraz de sons interplanetáriosintergaláxicos.

sábado, fevereiro 19, 2005

 
escrevendo em fonte 7. porque tem gente no recinto. aqui tá um verdadeiro "playground": computador, internet, vídeo-cassete, som, televisão, DVD, cada programinha de som com seu universo particular, uma tuia de jogos com mundos complexos ... hoje em dia o que não falta são opções de "ópio". se Karl Marx estivesse vivo não sei se ele daria "primazia opiácea" à religião.

tenho ouvido muita coisa. mas sem apegar-me a nomes, resenhas, fatos... minha capacidade de escrever um texto sobre música no momento não vinga com o teclado do computador. pois posso escrever facilmente frases musicais num instrumento que expressam idéias... penso. só que confesso-me um verdadeiro preguiçoso pra lidar com todo "aparato material" necessário para tirar um som (principalmente se isso incluir gravação) com minha guitarra...

sinceramente, acho que meu talento no momento é pra ser verme...

"quando nasci, veio um anjo torto e disse 'vai, Domingos, ser verme na vida'".

domingo, fevereiro 13, 2005

 
Vão ali no armário que tem uma surpresinha pra vocês. Não posso falar muito porque ainda não escutei o disco direito, mas digo logo que eles, pelo menos nesse "cozido", têm um "sabor rock" mais acentuado do que eu achava que teriam.


 


Os The Dharma Lóvers tão no meu "repeat", mais especificamente essa música ("Peixes") que passo a transcrever a letra, logo mais embaixo, como uma tentativa de compreender que sentimentos ela despertou em mim (atualmente tão pouco apegado a letras de músicas...):

Peixes
(Nenung)

Peixes são iguais a pássaros
Só que cantam sem ruído
Som que não vai ser ouvido

Voam águias pelas águas
Nadadeiras como asas
Que deslizam entre nuvens

Nós vivemos como peixes
Com a voz que em nós calamos
Com essa paz que não achamos

Peixes, pássaros, pessoas
nos aquários, nas gaiolas
Pelas salas e sacadas

Afogados no destino
De morrer como decoração das casas

Nós morremos como peixes
O amor que não vivemos
Satisfeitos mais ou menos
Todas iscas que mordemos
Os anzóis atravessados
Nossos gritos abafados

Nós vivemos como peixes
Com a voz que em nós calamos
Com essa paz que não achamos

Peixes, pássaros, pessoas
nos aquários, nas gaiolas
Pelas salas e sacadas

Afogados no destino
De morrer como decoração das casas

Nós morremos como peixes
O amor que não vivemos
Satisfeitos mais ou menos
Todas iscas que mordemos
Os anzóis atravessados
Nossos gritos abafados


A música é bem bonitinha, a melodia, enfim... mas o que me pegou mais realmente foi a letra. Vejo-me com ressalvas quanto ao "sotaque excessivamente gaúcho" (que pode até soar interessante pra quem ainda não encheu o saco de Adriana Calcanhoto ou Engenheiros do Havaí) só que isso de forma alguma chega a tirar o brilho d'Os The Dharma Lóvers, que são menos lapidados e mais legais e mais folk e mais toscos do que esses "medalhões", por sinal. Se bem que essa letra não tem nada de tosca. Ela tem a precisão da clarividência espiritual e afasta qualquer suspeita de "aproximação do budismo apenas com segundas intenções marqueteiras". É claro que os caras usam tudo isso de alguma forma pra promoverem a imagem (e o status) da banda, mas não penso que isso esteja em primeiro plano. Uma proximidade ao "gospel" é perceptível mas, ao mesmo tempo, há um certo tom "existencialista" que torna a mensagem direcionada a qualquer ser humano, sem distinção de raça, cor, credo ou classe...

ANALISTA SIGISMUNDO: -"Vamos rapaz... eu sei que você consegue. Diga finalmente o que você viu na letra dessa canção. Deixe fluir a escrita e diga exatamente aquilo que lhe tocou nesse conteúdo. Afinal, você mordeu uma isca".

Vamos brincar assim: quem não quiser e não se interessar em ler os relatos pessoais do autor deste blogue, por favor, podem passar pisando baixinho (isso vcs serão obrigados a fazer, pois estou retirando os "comments" dessa joça) e dirigir-se ao primeiro recinto/endereço à esquerda - os "DISCOS CHEIOS" (e descontextualizados) que estou disponibilizando vão ficar nele, porque sinto que eles direcionam-me à uma atitude preguiçosa de ficar só nessa de "Bota Som Virtual". DJ é um troço bom mas às vezes você precisa ir mais além... mesmo que nesse "além" haja o risco de cometer um texto obscuro ou piegas... ou piegas e obscuro... enfim, tinha gente que dizia que gostava de ler meu blog e... pô, é meio difícil isso de vc sentir-se na obrigação de agradar, minimamente que seja, a um público, mesmo que ele seja ínfimo numericamente. Logo, deixem-me quieto aqui com meus botões, tentando ver graça nas coisas ordinárias...

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

 
Estou indo pra Gravatá, rapaziada... então até a volta (provavelmente na quarta-feira de cinzas). Nesse carnaval dançarei muito tchá tchá tchá.

Peguem leve nós "tóchicus", heim ...

 
Chuiiiiiiiiimmmmmmmmm


quinta-feira, fevereiro 03, 2005

 
braço a torcer

Caramba... Pela primeira vez tenho que dar o braço a torcer e não fazer pela milésima vez o papel de "blogueiro ranzinza metendo o pau no Blogger". Deve-se reconhecer que estes templates mais novos estão bem mais legais e que o Blogspot está dando um côro da porra naquela merda do "Big" Blogger Brasil...

 
Pois é... casa nova - apesar do "design de antiquário" do novo template - é moldura nova sob o presente. Vendo o passado nos "archives", visualizo-o sob essa nova perspectiva.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

 
LAR, DOCEAMARGO LAR

Cá estou eu:
- novamente com uma nova máquina EM CASA, desfrutando os prazeres e desprazeres da companhia desse ser "sem coração", mas generoso com os raros momentos de ócio do cidadão;
- novamente pronto pra escrever coisas abiloladas de interesse duvidoso para qualquer um que se disponha a entediar-se com descrições subjetivistas ou tentativas de fuga delas por parte do escrivinhador.

É verdade que haverão momentos onde eu julgarei ter escrito algo com alguma mínima relevância e sentirei prazer em notar que atinjo, assim, algum alvozinho que seja - e que alguém cogitará que eu tenha finalmente encontrado um pouco de lucidez nesse mundão maluco di mô deu - mas no "day after"ficarei com o dedo coçando pra dar um clique no botão "excluir blog" e mandar toda essa mediocridade desvelada às favas.

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