Os The Dharma Lóvers tão no meu "repeat", mais especificamente essa música ("Peixes") que passo a transcrever a letra, logo mais embaixo, como uma tentativa de compreender que sentimentos ela despertou em mim (atualmente tão pouco apegado a letras de músicas...):
Peixes
(Nenung)
Peixes são iguais a pássaros
Só que cantam sem ruído
Som que não vai ser ouvido
Voam águias pelas águas
Nadadeiras como asas
Que deslizam entre nuvens
Nós vivemos como peixes
Com a voz que em nós calamos
Com essa paz que não achamos
Peixes, pássaros, pessoas
nos aquários, nas gaiolas
Pelas salas e sacadas
Afogados no destino
De morrer como decoração das casas
Nós morremos como peixes
O amor que não vivemos
Satisfeitos mais ou menos
Todas iscas que mordemos
Os anzóis atravessados
Nossos gritos abafados
Nós vivemos como peixes
Com a voz que em nós calamos
Com essa paz que não achamos
Peixes, pássaros, pessoas
nos aquários, nas gaiolas
Pelas salas e sacadas
Afogados no destino
De morrer como decoração das casas
Nós morremos como peixes
O amor que não vivemos
Satisfeitos mais ou menos
Todas iscas que mordemos
Os anzóis atravessados
Nossos gritos abafadosA música é bem bonitinha, a melodia, enfim... mas o que me pegou mais realmente foi a letra. Vejo-me com ressalvas quanto ao "sotaque excessivamente gaúcho" (que pode até soar interessante pra quem ainda não encheu o saco de Adriana Calcanhoto ou Engenheiros do Havaí) só que isso de forma alguma chega a tirar o brilho d'Os The Dharma Lóvers, que são menos lapidados e mais legais e mais folk e mais toscos do que esses "medalhões", por sinal. Se bem que essa letra não tem nada de tosca. Ela tem a precisão da clarividência espiritual e afasta qualquer suspeita de "aproximação do budismo apenas com segundas intenções marqueteiras". É claro que os caras usam tudo isso de alguma forma pra promoverem a imagem (e o status) da banda, mas não penso que isso esteja em primeiro plano. Uma proximidade ao "gospel" é perceptível mas, ao mesmo tempo, há um certo tom "existencialista" que torna a mensagem direcionada a qualquer ser humano, sem distinção de raça, cor, credo ou classe...
ANALISTA SIGISMUNDO: -"Vamos rapaz... eu sei que você consegue. Diga finalmente o que você viu na letra dessa canção. Deixe fluir a escrita e diga exatamente aquilo que lhe tocou nesse conteúdo. Afinal, você mordeu uma isca".
Vamos brincar assim: quem não quiser e não se interessar em ler os relatos pessoais do autor deste blogue, por favor, podem passar pisando baixinho (isso vcs serão obrigados a fazer, pois estou retirando os "comments" dessa joça) e dirigir-se ao primeiro recinto/endereço à esquerda - os "DISCOS CHEIOS" (e descontextualizados) que estou disponibilizando vão ficar nele, porque sinto que eles direcionam-me à uma atitude preguiçosa de ficar só nessa de "Bota Som Virtual". DJ é um troço bom mas às vezes você precisa ir mais além... mesmo que nesse "além" haja o risco de cometer um texto obscuro ou piegas... ou piegas e obscuro... enfim, tinha gente que dizia que gostava de ler meu blog e... pô, é meio difícil isso de vc sentir-se na obrigação de agradar, minimamente que seja, a um público, mesmo que ele seja ínfimo numericamente. Logo, deixem-me quieto aqui com meus botões, tentando ver graça nas coisas ordinárias...