Pé-de-Cachimbo

iê-iê-iês from the crypt

sábado, maio 29, 2004

 
PASSEANDO PELO HD (SEÇÃO MP3)

capa de dare, disco das titias human league... totalmente clodovil,ui!Human League me faz lembrar várias festinhas em que os guris de meu tempo iam mostrar seus dons de dançarinos (movimentos robóticos oitentistas) e de conquistadores de belas gurias - que só cediam na hora da "música lenta". Quem é que nunca chacoalhou o esqueleto ao som de "Don't You Want Me" ?. Se o Depeche Mode fosse menos sombrio talvez tivesse sido a cópia do Human League.

mister augustus e seu brinq... ops, instrumento musical nada ortodoxoTem uma pasta minha de mp3 que é denominada "outros". não sei exatamente o motivo de te denominado-a assim, mas intuo que seja pelo fato de seu conteúdo estar direcionado a sons menos comuns aos que costumo ouvir. tem augustus pablo, o mago da escaleta, um dos precursores do dub. mutcho bom. as músicas geralmente tem as versões mais regaae (definitivamente eu nunca vou conseguir escrever conscientemente essa palavra de forma correta) roots acompanhadas de versões chapadas, a(dub)adas... "geneticamente modificadas"....
xovê o que mais. tem medesky, mart and wood. tem eumir deodato fazendo versão funkeada de "also spratch zarathrusta" no disco Prelude de 1972 - muito massa. tem wes montgomery debulhando sua guitarra elétrica em uma versão fuderosamente jazzística de "besame mutcho".

saindo dos "outros" tem uma pasta sozinha pro "cast" da elephant 6. merecimento pelos bons serviços prestados aos bons sons (como diria um certo Massari). nela há gratas surpresas recentes como os malucos do Jennifer Gentle, banda italiana (!) que é calcada em syd barret e "música infantil psicótica dos inferno" - tem hora que o vocal parece aquele disco dos três patinhos, que a galera alterava na fuleirage a rotação das musga pras nota ficare aguda. tem também o pessoal do starlight mints - sylvie picolotto uma vez me recomendou-os aqui neste endereço - que surpreenderam-me a ponto de já estarem um pouco à frente do Olivia Tremor Control no meu "ranking E6"... na verdade, até mesmo na frente do Apples in Stereo... xi... será que falei uma heresia ? num sei. só sei que "Dream That Stuff Was Made Of" (2000) é um dos mais belos trabalhos dessa primeira metade de década. Os caras fazem músicas em acordes com sétimas como ninguém atualmente faz (que eu me lembre no momento).

pra fechar, a letra de "Blinded by You" (dessa banda da foto abaixo), música simplesmente hipnotizante.

I saw the flames.
Radar sustained.
Your grace explains
your brain, my congestion.

Blinded by you

I saw the crops disappear.
I heard a crash.
I felt the blast.

(I know why) Gravity stops today.
(I know why) Astronomy blown away.
(I know why) You chose me, you chose me.

Blinded by you

(swing, swing, swing)

Blinded by you

(swing, swing, swing)

Blinded by you (swing all the time)

(swing, swing, swing)

Blinded by you (swing all the time)


Starlight Mints em ação. onde eu não sei. não me perguntem. tem alguém de saias na banda. dá pra ver. e a semiacústica do cara denuncia a delicadeza do timbre deles. mas também sabem pisar na distorção quando necessário.
passe o mouse sob a foto para ler um comentário cretino (tag gentilmente cedida por Bruno Arrais).

quinta-feira, maio 27, 2004

 
POSSIBILIDADES SONORAS

O Pasárgada, banda da qual eu faço parte, está mal das pernas: estamos há uns quatro meses sem ensaiar em estúdio e até mesmo aqueles tradicionais encontros de fim de semana estão cada vez mais escassos. Mas, enfim... não vou aqui ficar apontando o dedo pra fulano ou sicrano ... é bem aquele clichê de "banda ser uma espécie de casamento" mesmo: assim como não costumo ficar falando aqui de assuntos "matrimoniais" (que dizem respeito simplesmente às "partes envolvidas"), também não ficarei lavando roupa suja a respeito de picuinhas da banda.

Mas isso é apenas pra dizer que, paralelo a esses acontecimentos (ou à falta deles), estou recebendo alguns convites para "tirar um som" - alguns inusitados. Ei-los:

- projeto (puxando pro "indie rock", ao que me parece) com Breno e Tiago (já em andamento)
- convite feito por Pablo pra tirar um som (algo próximo, acho eu, da jam que fizemos lá em casa junto com Bao e Diogo - rolou até improvisação em cima de um tema de Herbie Hancock)
- convite feito por Tio Bruno pra fazer umas "experimentações"
- convite, feito por mim, a Tio Bibi / Paulo pra montarmos uma espécie de "equipe de ambientação sonora"
- convite feito por Augusto 666 pra tocar na banda de black metal (!!!) dele
- convite feito por Erastto pra montar a primeira "banda virtual blogueira" dessas paragens, juntamente com Alfredo

Bem, Pasárgada... só uma coisa a dizer: "É gaia!".

terça-feira, maio 25, 2004

 
Recife, 25 de maio de 2004

Ofício Circular nº 3453246456456/2004

Prezados Senhores,

O "Caminhando e Andando", programa de maior audiência desse big blogger, está com problemas de transmissão, já que a antena da sede das Organizações Pé-de-Cachimbo foi afetada com essas últimas chuvas...

Dentro de breve voltaremos a transmitir o sinal.

Gratos pela compreensão, firmamo-nos,

Atenciosamente,

ORGANIZAÇÕES PÉ-DE-CACHIMBO LTDA.

 
COGITO ERGO COMPLICO

Ontem vi de relance um daqueles "Grandes Cursos" (acho que o nome do programa é esse) na TV Cultura com um cara aí falando sobre existencialismo, Sartre e afins... Isso lembrou-me de minha situação presente, com relação ao rumo profissional que devo tomar. Eu sei que o tempo de eu ter dúvidas com relação a isso já passou... mas pra mim não tem como não ficar pesando constantemente certas opções. Que vai chegar um ponto que a vida vai decidir por mim eu sei... mas, até lá, fica esse chove não molha torturante. A dúvida é a seguinte: entro de cara numa de ser professor de filosofia (medíocre, já que ensinar não é lá minha praia) fudido e mal pago ou me dedico de vez a esses concursos caça-níqueis e, consequentemente, a ser um burocrata fazendo o que detesta mas recebendo um salário com a mínima dignidade ? Eu sei que muitos aconselham-me a tentar conciliar as duas coisas e tal... mas temo que, depois de estar numa estabilidade salarial, me acomodarei eternamente. Isso porque não tenho isso e já sou extremamente acomodado. Quanto a ensinar filosofia sem gostar da tarefa, eu diria que, pelo menos o assunto é de interesse (e minha estagnação mental seria melhor desafiada)... quanto ao parágrafo do caralho a quatro do artigo da putaquipariu da lei da febre do rato, eu não posso dizer o mesmo.

segunda-feira, maio 24, 2004

 
YO JOE !



extraído de http://www.fotolog.net/gijoe/

domingo, maio 23, 2004

 

quinta-feira, maio 20, 2004

 
Assinando embaixo na campanha de Zé Guilherme, digo: EU SOU RETROSEXUAL.

E você ?

 
GUARDIÃO

não me deixa levar nenhum dos objetos daqui pro mundo das palavras. disse que se eu tocar novamente naquela "onírica nuvem" iria me expulsar definitivamente.

Mas eu sou insistente e fico arranhando-o com a ponta da caneta.


quarta-feira, maio 19, 2004

 
EXPERIMENTALISMOS

A uns três dias atrás quem tava no programa de Serginho Gosma era o tal do Paulo Ricardo. Definitivamente eu não sei qual é a desse senhor: uma hora ele quer ser "cantor romântico", noutra, posa de "lêndia viva do rock brasilis" acompanhado do chumbrega RPM... e agora, pra completar, quer ser "experimental". Puta que o pariu. Na verdade, a banda que está acompanhando-o é até interessante (com os caras do Sonic Jr. na formação, um guitarrista modernoso ...) não fosse por um pequeno detalhe... quer dizer, não tão pequeno assim. Ele começa com Paulo e termina com Ricardo. Assim... nada contra o fato do cara ser bonito e tal - ninguém tem necessariamente que ser feio como o Thom Yorke pra fazer algo que preste -, mas bote culhão de ferro pra aguentar aquele vocal forçado e aquelas letras ridículas. A então primeira apresentação ao vivo do PR.5 (nome da banda) deixou clara a mensagem: deixe os cinco e dispense o PR.

*********

Já na madruga do sábado passado quem deu as caras na TV Cultura foi o velho bruxo Hermeto Pascoal - este sim um experimentalista de berço (de repente até no próprio útero materno o bicho já tirava som) -, em apresentação antológica num festival de jazz nos anos 70. Na parte em que peguei o lance (acho que já na metade) o cara provavelmente estava tocando "presença", já que ficava andando de uma lado pra outro, tanto nos bastidores quanto no palco, enquanto a instigada banda de apoio tocava loucamente - só quando a improvisação estava no final ele entrou tocando uns bastões aí. Esse minimalismo contrastou com o que veio em seguida: Hermeto chamou Stan Getz, um dos grandes papas do jazz, pra improvisar em cima de uma espécie de baião. Inicialmente tateando o ritmo - provavelmente pouco usual pra ele - Getz logo em seguida soltou frases espertíssimas em seu sax, chegando em certo momento a fazer uma espécie de diálogo com Hermeto (que tocava teclado), de forma semelhante aos famosos desafios nordestinos. Fuderoso.

domingo, maio 16, 2004

 
bem, vejamos... ran, ran... (- tá no ar ! pode começar !) ...
sim, sim...
- Bem, amigos... ultimamente as coisas têm conspirado no sentido da impossibilidade de comunicação. Também pudera. Pra quê ? Tornamos a vida tão besta, cansamos tão rápido de lutarmos contra ou a favor de alguma coisa que, sinceramente, não resta nada de relevante pra ser dito...
não, não é uma paranoía minha... é mesmo uma tendência geral.

sábado, maio 15, 2004

 
"shhhhhhh !!!"

contempla as palavras como um nadador se preparando pra entrar na água... pensa em escrever algo mas a água é tão fria que logo fica se espreguiçando e tentando de alguma forma arranjar uma boa desculpa pra voltar pra cama, pro silêncio viscoso da mente...

segunda-feira, maio 10, 2004

 


extraído de http://www.simeuvi.blogger.com.br/

quinta-feira, maio 06, 2004

 
MAPAS SUBJETIVOS

(2) Rua Catulo da Paixão Cearense

Confesso que não tive a mínima dificuldade para deixar Olinda, onde morei durante cerca de um ano. Na verdade, ao contrário, senti como me livrando de um fardo quando mudei-me pro Centro.

O motivo prático pra essa atitude eram as distâncias - mas além dele existiam vários outros. Definitivamente, muitas vezes esquecemos de que Olinda é outra cidade e não um bairro do Recife e, porra, todo meu universo concentrava-se no “Recife, Tamarineira, Joseph Tourton, 247” e adjacências. Todo o meu círculo social estava vinculado ao local, e, na época, eu começava a ser habitué de várias festinhas (ou como DJ ou como simples freqüentador)... toda semana havia algum “assustado”, muitas deles com o pretexto do pessoal se encontrar, conversar, azarar, ouvir um som, dançar ... paralelo a essa “vida noturna” que começava a delinear-se (e que relacionava-se timidamente à "cultura electro/dance" - excluindo-se o lado homossexual que o termo assumiu hoje em dia), eu começava a escutar os primeiros rocks. Seja com os vinis da Legião Urbana de minha irmã, seja com fitas K7 de bandas "novas" como o Nirvana ou Pearl Jam.

O fato é que eu achava que a distância não influía tanto nas relações humanas. Até pode ser que não influa tanto... pra quem tem carro, ou simplesmente grana e saco pra gastar um valioso tempo chacoalhando em coletivos...

(...)
Bem, acho que esses textos estão partindo pro pessoal em demasia. Mas não importa. Quem estiver incomodado pode fazer como se faz quando entramos em algum cômodo e duas pessoas estão conversando num tom que denota segredo: fazer aquela cara de "xiiii, foi mal... eu não queria atrapalhar" e simplesmente fechar a porta (aqui janela). A diferença é que, no presente caso, trata-se de um monólogo (o que certamente faria a pessoa mudar a expressão para "esse cara ainda tão novo e já tendo surtos de esclerose... tsc, tsc").
(...)

Tenho que dizer isso. Minha vida foi interrompida por um corte brusco. Coincidiu de ser no começo de minha adolescência, coincidiu de ser numa época que já costuma ser conturbada por si só. Mudanças corporais aliadas a mudanças de valores, aliados por vez à mudança de lar - justamente daquele que, pra mim, mais se aproximava do âmago desse conceito, ou seja, "a mais perfeita reconstituição do útero materno". Foi outro parto. Não exagero. Comecei a sentir-me desconfortável com as coisas. Antes eu era alguém em concordância com o mundo. Teve principalmente o rock pra me ajudar a direcionar a raiva (temo que ele tenha criado uma parte dela também...), esse verdadeiro professor de melancolia e rebeldia. O futuro, que antes era algo delineado (minimamente, mas delineado), que reservava reviravoltas sempre no sentido ascendente das escalas (sociais, econômicas, de inteligência...), rompeu suas vidraças com o grito de um Johnny Rotten da vida: "There's noooo future for youaaaaaaaaaaahahahahahahah....". Foi um período difícil que determinou o rumo (ou a falta de um) em minha vida.
Mas, falando desse jeito, até parece que minha vida acabou depois que me mudei pra Olinda. Também não foi bem assim... Saí do humilde Colégio Santa Catarina pro Colégio Dom Bosco (duas ruas atrás de minha casa e não tão humilde assim), nessa fase de insegurança, com a anti-sociabilidade beirando o extremo (que só foi mesmo atingido na época do Contato)... Foi nessa época que conheci aquele que seria, dos meus amigos mais “constantes” (houveram algumas fases de distanciamento, claro... afinal de contas, quando me mudei, ele permaneceu nas Olinda), o Senhor Bruno Arrais – companheiro de sons, histórias e, mais recentemente, de sorvete de nata goiaba (hehehe).

O endereço, por sua vez, denotava paz de espírito e calmaria, pela configuração quase bucólica do espaço - rua de terra batida, campinho de futebol, pracinha, nenhum resquício de grandes edifícios... a casa, bem... havia nela um proeminente jardim, com uma rede pra se espreguiçar... tudo bem que tinha meu avô definhando em cima de uma cama, mas o clima do local era bastante agradável.

Hoje em dia estou fazendo um “re-imprinting” de todas essas impressões a respeito de Olinda. De repente, algum dia até volto a morar lá, em outro contexto, em uma nova vida, com um olhar menos cinzento do que antigamente.

terça-feira, maio 04, 2004

 
CAMINHANDO E VIAJANDO
(03.05.04)

Saída (Caminhando): Edifício Gardênia (só faltava ser na Rua Magnólia), Av. Agamenon Magalhães, Derby (ou Boa Vista, dá no mesmo)
Destino (Viajando na máquina do tempo): de volta à UNICAP (circa 1997-2001 quando frequentava o curso de filosofia e costumava voltar andando pra casa)

COM WALKMAN

"i don't need an attitude
Rebellion is a platitude
i only hope the verse is good
i hate verisimilitude"

nunca tinha percebido o teor corrosivo desta música do Teenage Fanclub. Na verdade eu nunca havia prestado uma maior atenção à banda até esses últimos dias. Na época em que comprei o Grand Prix acho que não estava preparado para o "pop brilux" que é o som do teenage. eu não esqueço nunca de um comentário contido numa Bizz que, ao resenhar um disco do Flop (outro dia falo mais deles), dizia que a banda era um "teenage fanclub porquinho", com guitarras mais sujas e tal. Acho que nessa ocasião eu ainda não havia escutado qualquer música do Teenage, mas ainda não encontrei uma melhor definição pra banda do que "um Flop mais limpinho"... vê-se que a ordem dos fatores nesse caso não altera o produto.

******************************

SEM WALKMAN

acabei de refazer o caminho que eu fazia ao voltar da Católica pro Edifício Santalice*, localizado ao lado do cinema São Luiz, onde residi de 1994 a 2001. Lembrei-me agora da propaganda política que vi a minutos atrás... promessas não cumpridas, por sua vez lembram-me das que eu costumava fazer aqui neste blog... acho que certa vez eu cheguei a prometer fazer um post sobre o centro do recife. pronto. uma a menos. só uma coisa a dizer do centro:
- dou vinte paus pra quem lamber o chão da Conde da Boa Vista.

nunca fui assaltado dicumfôça por lá, mas hoje percebi a rapidez com que, involuntariamente, andamos - talvez justamente por causa disso eu nunca tenha sido. há uma desconfiança com tudo e todos entranhada. tão cascuda quanto as camadas de grude que são inlaváveis. torna-se natural. aí você já está fundido ao ambiente. hoje em dia acho o centro extremamente carregado - próximo do que eu sentia quando criança (a diferença é que controlo melhor esse sentimento) - e acho que não me sentiria mais bem residindo lá.

*******************************

* por favor, alfredo ou erastto - as únicas pessoas que conheço na net que leram "saudade do futuro"... - vcs lembram em que edifício por aquelas redondezas do centro havia os pinguins da Antartica descritos por Hugo? Tenho quase certeza de que eles realmente existiam. porque, lendo o livro tive eu também uma visão metafísica... de que Douglas, ao descrever a cena, estava olhando pro meu prédio... suspeito que os pinguins ficavam em cima do Santalice.

segunda-feira, maio 03, 2004

 
MAPAS SUBJETIVOS

(1) Rua Joseph Tuorton

Este primeiro texto da série Mapa Subjetivo (sobre ruas, lugares olhados com as lentes de minha memória) não poderia deixar de ser sobre essa rua - apesar de hesitar um pouco, pelas inevitáveis simplificações que cometerei (que texto não comete ?) .

Morei, acho que uns nove anos de minha vida, na Rua Joseph Tuorton (ô nomezinho maldito pra qualquer pirralha pronunciar), na casa nº 247 (caso o número esteja errado, é a que fica antes do muro dos fundos do casarão das freiras paulinas, no sentido avenida norte). Por comodidade, quando alguém perguntava (ou pergunta) sua localização, eis a resposta: é a rua da Farmácia Sandra, quase de frente pro ex-Minibox (que já foi cinema, recentemente Comprebem e hoje em dia é algo que ainda não descobri).

Como vocês já devem ter percebido, ela fica entre duas grandes avenidas do Recife: a Estrada do Arraial (prolongamento da Rosa e Silva) e a Avenida Norte. O bairro... pois bem, fica entre Tamarineira/Casa Amarela/Parnamirim... acho que oficialmente deve ser Tamarineira, mas os demais também poderiam ser usados sem problemas em algum remetente - a cartas chegaria da mesma forma.

Minhas recordações desse endereço datam até 1993, quando mudei-me pra Olinda (a contragosto) e retornaria posteriormente à tão estimada rua apenas como um ávido pedestre, mendigando um pouco daquele brilho que cada mísero paralelepípedo possuía, na minha fértil imaginação infantil. Lembro das muitas brincadeiras que davam vida àquela rua tão "morgada" - comparada à Vila dos Comerciários ela era quase um sítio, tamanha era a calmaria (principalmente à noite, quando muitos evitavam passar por lá)... quer dizer, não tão calma assim... afinal de contas, existiam uma reca de guris que rompiam (juntamente com os poucos carros que trafegavam) o silêncio. Não existia hora pra gente jogar pelada na rua (arrancando impreterivelmente o "samboque" dos dedos), brincar de sete cortes, queimado, empinar pipa, fazer campeonato de botão, asa-delta (de papel, evidentemente), jogar bolinha de gude, três na linha e um no gol, comandos em ação, palymobill, esconde-esconde, cuscuz (acho que ainda hoje minhas idéias são meio afetadas pelos "babaus" que levei)... enfim, toda sorte de brincadeiras, que ocupavam nosso tempo quase integralmente - ainda sobrava algum pra ler, escrever, desenhar, ver TV, descabelar o palhaço...

Dos meus amigos, a maioria absoluta era mais velha, muitos já adolescentes: os irmãos Djalma, Léo e Luciano (meus vizinhos), Carlinhos, Romualdo, Danilo, Valdésio, Júnior, Clóvis, Adriano, Nando, Rico, Guguinha, Renato, Oreinha, Rafael... esses eram somente os da mesma rua... haviam ainda incontáveis das adjacentes. Quando juntava todo mundo o que mais surgiam eram reclamações: "se essa bola bater na minha vidraça eu furo!", "vou lavar sua boca com sabão menino!", "desce desse muro!"...

Hoje em dia, nas raras vezes em que passo por lá, pra minha tristeza, não percebo uma "renovação" de geração... até deve existir, mas os meninos hoje estão confinados em playgrounds da vida, cercados de cercas elétricas e guaritas. Confesso que isso me deixa mal, muito mal, pois esperava que quando tivesse minha idade atual e passasse por lá, viria em minha direção uma bola rolando, a qual eu chutaria, sob o agradecimento do garoto suado de correr - como tanto ocorria comigo, só que no papel inverso.



 


TV Eye

See that cat
Yeah I do mean you
See that cat
Yeah I do mean you

She got a TV eye on me
She got a TV eye
She got a TV eye on me, oh

See that cat
Down on her back
See that cat
Down on her back

She got a TV eye on me
She got a TV eye
She got a TV eye on me, oh

See that cat
Yeah I love her so
see that cat
Yeah I love her so

She got a TV eye on me
She got a TV eye
She got a TV eye on me, oh

Right on, right on, right on

See that cat
Yeah I love her so
see that cat
Yeah I love her so

She got a TV eye on me
She got a TV eye
She got a TV eye on me, oh

 
GRAMPO DO CACHIMBO

Macario diz:
- domingos...
Café-com-leite diz:
- e aê grande macario
Macario diz:
- rapaz, tô com um dilema
Macario diz:
- visse o foguete?
Café-com-leite diz:
- se vi
Café-com-leite diz:
- li a tua matéria sobre os smiths
Café-com-leite diz:
- não vou falar nada que vc disse que num era pra comentar ainda
Macario diz:
- eu sei, mas o pro é que ela ta imensa...
Café-com-leite diz:
- que nada rapaz
Macario diz:
- me de uma opinião. acha válido cortar coisas?
Café-com-leite diz:
- pra que se prender a padrões de texto
Café-com-leite diz:
- você tem seu próprio estilo,cara
Macario diz:
- mas fica chato
Café-com-leite diz:
- mas, porra...
Café-com-leite diz:
- a galera tem a chance de, por exemplo, pular as letras das músicas e ir direto às partes das que vc realmente fala do disco...
Macario diz:
- eu acho que vou maneirar nas letras. vou colocar apenas o essencial.
Macario diz:
- vou cortar, muito a contragosto, uma parte do I Know It’s Over
Macario diz:
(bonequinho chorando do messenger)
Café-com-leite diz:
- hehehehe
Café-com-leite diz:
- porra
Café-com-leite diz:
- eu sou contra cara
Café-com-leite diz:
- achei do caralho ter colocado-a toda
Café-com-leite diz:
- dá um tom passional do caralho ao texto
Macario diz:
- eu sei... eu sei...
Macario diz:
- mas eu não to nem na metade do disco ainda...
Café-com-leite diz:
- é verdade.. é verdade...
Café-com-leite diz:
- vai ser uma espécie de "evangelho sobre os smiths"
Macario diz:
- hehehe

sábado, maio 01, 2004

 
BLACK EU


 
Maya

percebemos os fatos como sintonizamos a uma rádio qualquer. qualquer "onda externa" acaba soando como "interferência". isso é partir do pressuposto de que cobrimos a "coisa em si" com véus, juízos de causa/efeito, tempo/espaço - as velhas categorias com (e através d)as quais Kant pôs em cheque de forma contundente o reinado da metafísica. daí, por exemplo, Schoppenhauer ou Nietzsche considerarem como a mais essencial realidade humana sermos meros joguete de Maya, a deusa da ilusão - postura também muito em voga nas religiões orientais como o budismo... (é claro que a forma como cada um deles ramificou o assunto foi completamente diferente)

************************

por um instante contemplou o caos que estava para além de suas portas fechadas - mas, mesmo assim, tão próximo quanto os vermes estão de um cadáver. deu-se conta dos acontecimentos absurdos que eram automaticamente mediatizados pelos seus pensamentos e justificativas. aqueles barulhos: desde o chuveiro pingando até os carros passando ou o vizinho do apartamento de cima, soavam-lhe fantasmagóricos... pois simplesmente eram probabilidades...

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