GIRANDO "A RODA" DO ACASO

pelo cansaço físico e mental em que qual me encontrava após o aniversário de luna achei que fosse ficar bodeado na festa que fui ontem junto com tina, camila, pablo, diogo e cabeça. disseram-me que era uma festa em "esquema reservado" na casa de um holandês maluco aí (holandês maluco, que redundância...) com o pessoal d'A Roda - que estaria fugindo de seu repertório comum tocando uns merengues e derivados. vamulá. a entrada era sete reais. chiei. aí foi que me disseram que, paga essa quantia, meu véi, era birita e comida "all night long". e realmente foi. a casa era do caralho, o tipo de casa que eu gostaria de morar (aproveito pra deixar aqui meu manifesto contra os apartamentos - já começa do nome, tem coisa pior do que estar "apartado" ?). toda a galera "da cena" reunida (pablo fica puto com essa denominação, hehehe), deu-se início à apresentação da banda "cú sujo", conforme anunciou um dos membros da roda (não do cú). isso depois de uma sessão de discotecagem de... porra, como é que vou definir o tipo de música que tava rolando ? não sei exatamente do que se tratava ... tinha lá os ditos merengues, funks (desses distingui "soul makossa" de manu dibango com a ajuda de diogo) mas, tipo, rolavam uns bregas aí (por falta de uma definição melhor, chamarei-os assim) daqueles que não costumam tocar nem na recife ou caetés fm. de tão sinistros tornam-se algo interessante. inicialmente pode-se achar que é uma atitude “pseudo-cult” de um monte de filhinho de papai escutar um tipo de música que está divorciado das classes mais altas (seria como a galera burguesa que escuta pancadão)... mas não sei. na verdade o que realmente estava a guiar minha opinião foi justamente a quebra de opiniões. a quebra de fronteiras, de "apartamentos", de preconceitos... nada ali era curiosidade antropológica ou algo do tipo. não havia distanciamento. os aditivos para o corpo e para a mente confirmavam que havia beleza até mesmo no feio... voltando ao som que tava rolando: tocaram aquela música, não sei se vocês se lembram, da zebrinha que era candidata a presidência da república - massa. mas aí, começado o show, a grande surpresa da noite aconteceu. comentei com tina do senhor (com mais de cinquenta anos, creio eu) que tava tocando maracá... ele era do caralho, tinha uma energia que superava a de toda a galera da banda. não deu outra, depois que caiu uma chuvinha - e o show teve de ser interrompido -, eles voltaram com o cara assumindo o microfone. anunciara-no como um índio funilô, um verdadeiro achado e tal... daí, com o acompanhamento d'a roda, o que rolou foi uma verdadeira pajelança ao invés do tal merengue. "a roda do acaso" girando ... pode ser impressão minha mas me pareceu que nem todo mundo d'a roda tava aprovando o lance do cara ter roubado o show literalmente. teve até um que jogou uma baqueta ou sei lá o quê nos pés do índio como um alerta pra ele "desligar a tomada". bem, isso é apenas uma impressão e pode não passar disso, pois o pessoal d"a roda" tem fama (e não só fama) de acatar as ordens do acaso em seu som quase que totalmente feito de improvisações. acatá-lo, reprocessando as informações momentâneas. rapaz, fazia tempo que um porre lavava minha alma como esse lavou.