Pé-de-Cachimbo

iê-iê-iês from the crypt

segunda-feira, março 08, 2004

 
Sobre Mogli, o Menino Lobo

Nesses últimos dias tenho forçadamente assistido à esse filme de forma exaustiva, já que tenho ficado com minha filha luna (o principal motivo disso é que ela tava dodói, sem poder ir ao colégio) que demonstra a constante vontade de ver tal fita. É interessante a perspectiva da repetição quanto a algum conteúdo cultural: se antes eu já achava o filme legalzinho pra pirralho (e por que não pra adultos também ?), agora eu multipliquei minhas visões a respeito de seu conteúdo. Pela carga de significados que ele no momento adquire pra mim, ele acaba me falando muito mais do que certos filmes ditos "conceituados". Mogli é um filme bom de se ver, assim como a maioria dos filmes da Disney. É claro que os personagens têm uma personalidade "plástica" demais, fugir disso seria exigir muito dos diretores de Hollywood. Mas, mesmo assim, as animações, o roteiro, a trilha sonora e até mesmo as dublagens são excepcionais. Momentos memoráveis: quando Mogli é sequestrado pelos macacos que o levam para uma espécie de templo inca abandonado e presencia o número musical do chefe dos macacos, que tem um suíngue muito escroto em seu discurso cantado com o intuito de convencer o Menino Lobo a revelar-lhe o segredo do "fogo dos humanos"... a amistosidade do urso canastrão Balu é comovedoramente singular. uma espécie de virtude que encontra-se na "falha de caráter", certamente algo meio "macunaíma"... agora, sinceramente... não gosto do final - Mogli vai para um "aldeia de homens", coisa que reluta durante todo o filme. Tudo isso porque vê uma "humana" entoando uma canção melosa de "constituir família". Não gosto disso, não sei exatamente por que mas não gosto. Pra mim soa muito como uma "condenação"... o homem e a necessidade de afabilidade social. Sheerikan, o Tigre, acaba sendo uma espécie de lado selvagem do qual Mogli tem de fugir - que poderia ser ele mesmo, psiquicamente falando provavelmente sua pulsão de morte. A merda é que tal pulsão é como se não existisse na tal "civilização", quando nós bem sabemos da verdade.



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