Pé-de-Cachimbo

Confesso que mesmo gostando do Dungen, nunca tive tesão em ir atrás de outros trabalhos dos caras além do Ta Det Lugnt (2004). Identifiquei-me bastante desde a primeira vez que os escutei em disco mas decepcionei-me um pouco com o show que eles fizeram aqui em Recife no ano de 2005, por não terem conseguido reproduzir um terço de todo aquele climão das músicas. Agora, do nada, veio-me recentemente um lampejo de descobrir o que eles fizeram durante esses quatro anos desde o lançamento de Ta Det Lugnt, com o qual obtiveram reconhecimento da crítica especializada mundial. Daí baixei o mais recente deles, intitulado "4" - que, segundo o AMG, é o sexto (!) disco da banda - e já estou curiosíssimo pra baixar os anteriores. Além de mostrar um amadurecimento musical monstruoso, "4" é a prova de que o Dungen se vacilar é a melhor banda sueca da atualidade. Os acessos de fuzz desgovernado do Ta Det Lugnt aqui estão dosados e inseridos numa complexidade prog-orquestral (sem esquecer do groove) que em alguns momentos lembra-me o saudoso Som Imaginário. As melodias vocais de Gustav Ejstes fogem do óbvio talvez auxiliadas pela sonoridade ímpar do idioma sueco - quanto ao que parece, ainda não fizeram e nem farão concessões, pois já poderiam estar num patamar muito maior de reconhecimento caso cantassem em inglês.